Já andava a pensar em escrever isto há algum tempo, depois dos posts equivalentes sobre poupar no entretenimento, no supermercado, ou em casa. Hesitei até agora, porém, já que “férias” é um conceito muito mais variado do que os outros; ou seja, há imensos tipos de férias, desde alugar uma casa/bungalow/etc. num sítio, passando por acampar em um ou mais locais, até à ideia mais “aventureira” de pôr uma mochila às costas e ir à aventura, não sabendo à partida onde é que se vai dormir cada noite, e possivelmente atravessando um continente de um lado ao outro. E, sem que isso seja rígido, em geral uns desses tipos de férias apelam mais a pessoas mais jovens (perto dos 20s), sendo outros mais atraentes a quem já tenha mais idade (e possivelmente família).
Com toda esta variedade, é difícil arranjar conselhos que sirvam para todos os casos, daí a minha hesitação… mas, por outro lado, também me parece que mesmo que só uma pequena parte do post possa ser útil a cada um, isso já é melhor que nada.
Além disso, vou de férias este fim de semana (duas semanas em casa de família, emprestada, no Alentejo), por isso decidi não adiar mais. Afinal, não teria piada nenhuma estar a escrever sobre férias depois de elas terem acabado, não é? 😉
Tipo de férias:
Aqui, naturalmente, cada um tem as suas preferências, e não me parece viável argumentar contra ou a favor de um ou outro tipo. A única coisa que diria é que, se o tipo de férias desejado for “ficar X dias num sítio”, então, se for possível, poupa-se imenso se se conseguir ficar numa casa emprestada por alguém (familiares, bons amigos, etc.). Afinal, o alojamento pode ser das partes mais dispendiosas das férias. Uma desvantagem é que isso limita um pouco a escolha dos destinos (já que exige que alguém tenha casa lá), o que se pode tornar repetitivo ao longo dos anos. Uma possibilidade é alternar: nestas férias fico na casa de família do costume (o que não implica que lá depois só se vá aos mesmos sítios!), nas seguintes aceito gastar mais dinheiro e explorar novos destinos, etc..
De resto, também é útil ficar num sítio com cozinha, já que permite comer, em geral, por muito menos dinheiro. Isso pode ser uma casa alugada (ou emprestada), um bungalow, ou mesmo certos hostels (se bem que não tenho experiência com essa última alternativa).
Por último, o objectivo das férias pode variar: há quem dê prioridade à “aventura”/descoberta, há quem prefira a diversão/”borga” (mesmo em sítios já visitados no passado), e há quem tenha como objectivo principal descansar/des-stressar. Esse último tende a ser cada vez mais o meu caso — é a idade. 🙂
Quando:
Obviamente que, se se é louco/a por praia, então ir de férias no verão (mais precisamente, no verão no hemisfério de destino) é boa ideia, e pode-se aplicar o equivalente a outros tipos de férias (ex. na neve).
Mas, se não for o caso, e sobretudo se a ideia for, principalmente, descansar, então recomendo mesmo que se evite as “épocas altas”. Desta forma, não só os preços são em geral bastante mais baixos, como não há as muitidões, filas (tanto na viagem como no destino propriamente dito), “ultra-turismo” (em que tudo na cultura local é “abafado” pela necessidade de vender o mais possível aos turistas), etc. das referidas épocas.
Além de que Agosto é em geral o melhor mês para trabalhar, em Portugal: não há trânsito, os chefes e metade dos colegas estão de férias, há menos problemas, menos projectos novos, menos trabalho… 😉
Viagem:
Aqui não tenho muito a dizer; a maior parte das férias que faço são em Portugal, e levo o carro, mas depois por lá (seja onde for) tento deixá-lo parado e ir a todo o lado a pé, sempre que possível.
Ir de comboio pode ficar mais barato, e para sítios realmente longe o avião pode ser a melhor escolha, ou mesmo a única escolha. Mesmo aí, pode ser boa ideia comparar preços, ver que nível de desconforto se consegue tolerar, etc..
Ah, e uma sugestão que acho que se aplica a todos os casos: tentar reduzir a bagagem ao máximo. Há quem ache que, para ir de férias, tem de levar a casa toda atrás (“e se precisar do meu patinho de borracha? Nunca se sabe quando é que se vai precisar de um patinho de borracha…”), mas isso só tem inconvenientes: trabalho, tempo, falta de espaço para o essencial, custos (se for bagagem num comboio ou avião, ou gasolina adicional), e redução da mobilidade. A não ser que se vá ficar numa casa emprestada durante um período significativo, o ideal é limitarmo-nos a uma mochila por pessoa.
Alojamento:
Em parte já abordado no “tipo de férias”, acima. De resto, assumindo que não se consegue, ou não se escolhe, ficar em casa emprestada, isto também dependerá muito das preferências de cada um (que nível de luxo se quer, se se quer só cama para dormir (a qual até pode ser diferente noite após noite) ou se quer uma casa/apartamento/bungalow/etc. para ficar mais uns dias, cozinhando em casa pelo menos parte das vezes, etc.). Em termos de poupança, em geral o ideal (sem ser a casa emprestada) é escolher sítios o menos turísticos possível, já que os preços para turistas são sempre inflacionados. Isso pode implicar alguma pesquisa pré-férias (ou então ser-se ultra-extrovertido e fazer-se logo amizades com os locais à chegada), mas em geral valerá a pena.
Alimentação:
Em termos de restaurantes, tentar evitar os mais “turísticos”, com preços inflacionados; mais uma vez, isso pode implicar investigação e/ou perguntar aos locais onde é que eles normalmente comem (quando não o fazem em casa).
Mas ir sempre a restaurantes é algo que só faz sentido no caso de as “férias” serem o equivalente a um fim de semana (prolongado ou não). No caso de férias maiores (ex. uma semana ou mais), convém mesmo deixar os restaurantes para “ocasiões especiais”, e arranjar forma de comer em casa (ou no bungalow, hostel, etc.), por muito menos dinheiro, a maior parte das vezes.
Entretenimento:
Aqui também não há muito a dizer, excepto o (relativamente) óbvio: evitar coisas “turísticas”, tentar ir onde os locais vão, e preferir experiências (idealmente novas) à compra de objectos.
E para já…
… é tudo. Mais ideias? 🙂