Novidades (fim de Agosto)

Estive de férias cerca de uma semana (regressei a meio da semana passada), daí a recente ausência de posts. Mas vamos lá…

Obrigado a todos/as pelos comentários no meu último post, Mudança de planos!; é bom ver que ainda ainda me fazem companhia nesta aventura. 🙂

Como disse nesse post, a ideia para já é pagar o crédito “pequeno” na totalidade, e depois começar a juntar para fazer amortizações ao “grande” sempre que possível. Relativamente a esse primeiro crédito, posso dizer que neste momento já tenho acumulado cerca de 75% do valor ainda em dívida, pelo que, tentativamente (é possível que ainda demore mais um mês, para ser mais “à vontade”) dará para eliminar o referido crédito no fim de Setembro. Com isso, é como se fosse “aumentado” em cerca de 80€ mensais, além de ainda poupar uns trocos em juros, no total. E o gráfico da evolução das dívidas passará a ter só uma cor. 🙂

Sem ser isso, não há grandes novidades. A Serra da Estrela continua um espectáculo (já lá passo férias desde os 8 anos ou isso, parte da família vem de lá), e ir de comboio, além de ficar em casa da família, permitiu reduzir bastante os gastos, o que é sempre bom — e, mesmo assim, em Julho e Agosto gastei mais do que queria ter gasto. Mas nos próximos meses recupero.

Estou actualmente a ler este livro; é de ficção histórica (faz-me lembrar o Shogun do James Clavell, por exemplo), mas indirectamente até tem a ver com finanças/bolsa — o esquema, lá para 1720, da South Sea Company para inflacionar as suas acções, e a resultante “bolha”, aconteceram mesmo, e muita gente perdeu muito dinheiro. Tem piada ver como estas coisas não são novas… (Curiosamente, descobri o autor por ele ter escrito um comic da Marvel, há uns anos, ao qual achei bastante piada. E ainda dizem que não se aprende nada com comics mainstream. 😛 )

Ah, e ainda devo fazer o post da evolução das dívidas hoje. Até logo! 😉

Mudança de planos!

Sim, com ponto de exclamação e tudo. 🙂

Já fui aqui várias vezes desafiado (por exemplo, pela ateiados20maisx (boas férias! 🙂 ), ou pelo B. Alves), a agir de forma mais “drástica” no sentido de me livrar dos créditos mais cedo, e eu sempre respondi que “ia ver” — em parte para não afectar a experiência Acumulação vs. Investimento, em parte por inércia, e em parte por também não querer estar a falar do que não sei — como, neste caso, a questão de como funcionam as amortizações parciais de um crédito.

Relativamente a esta última questão, tinha mencionado aqui que tinha posto a questão à empresa de crédito do crédito “grande” como funcionava isso, e tive hoje a resposta: é possível tanto reduzir as prestações, como reduzir o número total de meses, como reduzir ambos de uma vez (reduzindo menos cada coisa, obviamente). Até obtive uma simulação: se, na situação actual, amortizasse uns 5000€, isso poderia a) baixar a prestação em aproximadamente 100€, ou, em alternativa, b) reduzir o crédito em quase 20 meses (ainda faltam uns 7 anos, se deixar ir até ao fim).

A primeira hipótese parece-me bastante atraente — nem tanto numa de ter mais dinheiro “para gastar” (afinal, a ideia não é essa), mas sim pelo efeito “bola de neve” que isso provocará — no exemplo acima, se amortizasse em 5000€ e com isso “sobrassem” mais 100€ todos os meses, então demoraria menos tempo a juntar os 5000€ seguintes, que me permitiriam reduzir mais ainda a prestação… e, repetindo isto umas 4-5 vezes, acabo com o crédito. (Quem diz 5000€ diz qualquer outro valor, mas não sei se compensará estar a fazer isto “a conta gotas”, tipo uns 200-400€ todos os meses; os 5000€ parecem-me um valor razoável, e atingível em tempo útil).

(Nota: é possível que até compensasse mais a outra opção, de tirar meses do fim do crédito, em termos de juros pagos no total, mas eu preferia mesmo algo que fizesse diferença mais cedo. Se estiver a dizer algum disparate, digam!)

Isto implica, então, que:

  1. a prioridade passa a ser poupar dinheiro até este atingir os 5000€ (o que ainda deve demorar um ano ou mais, assumindo que não aumento os rendimentos de alguma forma, nem entra nenhum dinheiro extra). Isto significa que…
  2. … os investimentos ficam em stand-by (com uma pequena excepção — no mês que vem ainda vou juntar mais um pouco ao ETFmatic, só para ficar um valor total investido “redondo”). Podia até vender os que tenho e chegar aos 5000€ uns bons meses mais cedo, mas para já prefiro deixá-los como estão, a aumentar (espero eu) apenas graças a subidas nos mercados e a dividendos. (Não é garantido que não mude de ideias nos próximos tempos, no entanto.) Isto implica também que…
  3. … a experiência Acumulação vs. Investimento, que vou manter, vai passar a ter valores fictícios na parte da Acumulação. Ou seja, para a experiência, é como se tivesse acumulado exactamente o mesmo que investi, apesar de na realidade estar a acumular bem mais todos os meses (a partir de agora), e a investir zero (até acabar com os créditos). E, por último…
  4. … já mencionei que era mesmo, mesmo interessante aumentar os rendimentos? 😉

Vamos ver, então, quanto tempo demoro a juntar 5000€. 🙂 Desde que não se avarie nada entretanto…

EDIT: já agora, não o mencionei acima, mas, sendo assim, vou primeiro tratar do crédito “pequeno, actualmente pouco mais de 1000€, quantia essa que espero juntar nos próximos meses (3 ou 4, talvez). Eliminando isso, já são menos uns 80€ de despesas mensais, o que vai ajudar a acelerar o resto. 🙂

Mais situação actual: Despesas mensais

Mais uma vez, os valores são aproximados.

  • Créditos: 600€
  • Carro: 333€ (só mais 2 meses)
  • Cartões de crédito: o mínimo somado é de cerca de 300€, mas sempre que posso pago mais que o mínimo. Isto inclui várias despesas mensais (assinaturas, servidores alugados, etc.) que são pagas por um dos cartões
  • Gasolina: 70€ (tanque cheio) aproximadamente a cada 40-45 dias (vantagens de trabalhar perto de casa)
  • Electricidade: 55€
  • Água: 35€
  • Gás: 35€
  • Internet/Telemóveis/TV: 80€
  • Seguro de saúde: 45€
  • Almoços perto do trabalho: 40-50€ por mês (depois de acabar o carregamento do cartão de refeição do trabalho, o que normalmente acontece lá para dia 18-20)
  • Supermercado: 100-150€
  • Investimento em ETFs: 50€ (já lá vamos)
  • Entretenimento (sobretudo livros, audiobooks, comics, Netflix e videojogos): incluído nos cartões de crédito acima, mas tem andado à volta de 75-100€. A reduzir, obviamente

Total (máximo): 1803€ 🙁

Obviamente, há muito a melhorar aqui. Em termos de electricidade, água, gás, etc., até estou razoável. Talvez dê para reduzir a conta de telecomunicações, mas não em muito. Os investimentos vão entrar em pausa até os cartões de crédito estarem totalmente pagos. O orçamento para entretenimento vai ter de ser drasticamente reduzido, para uns 50€ mensais no máximo. Trabalho perto de casa e gasto muito menos em gasolina do que a maioria dos portugueses, pelo que sei, mas não dá mesmo para ir mais longe e ir de bicicleta ou algo do género (é uma zona tudo menos plana, além de que os condutores portugueses são o que se sabe). Quanto à possibilidade de trazer marmita… tenho várias razões para continuar a almoçar com o actual grupo de colegas, desde até 🙂 gostar da companhia deles, ser do pouco convívio que tenho, e ser muito mais relaxante do que ir para uma copa a abarrotar de gente que não conheço, todos na fila para os microondas, e inevitavelmente com um cheiro a mariscos/polvo/lulas insuportável. 🙂

Os créditos ainda estão longe de acabar de pagar, por isso para já vou-me focar no que disse acima: acabar de pagar o carro, “limpar” os cartões de forma a não haver mais juros nem pagamentos mínimos, e usar só um deles para assinaturas, servidores e entretenimento, mantendo tudo isso perto de 150€. Dessa forma, fica:

  • Créditos: 600€
  • Cartão de crédito: €150 no máximo (sempre pago a 100%, automaticamente)
  • Gasolina: 70€ (tanque cheio) aproximadamente a cada 40-45 dias (vantagens de trabalhar perto de casa)
  • Electricidade: 55€
  • Água: 35€
  • Gás: 35€
  • Internet/Telemóveis/TV: 80€
  • Seguro de saúde: 45€
  • Almoços perto do trabalho: 40-50€ por mês (depois de acabar o carregamento do cartão de refeição do trabalho, o que normalmente acontece lá para dia 18-20)
  • Supermercado: 100-150€
  • Entretenimento: já incluído acima, no cartão de crédito

Total (máximo): 1270€

Já está melhor: menos 533€ do que actualmente. Ainda não permite, no entanto, poupar/investir 50% do que ganho (incluindo dos sites); para isso será necessário aumentar os lucros e/ou reduzir mais as despesas, mas há pouca coisa ali que dê para reduzir significativamente (reduzir um pouco o entretenimento? as despesas de supermercado? as telecomunicações? Não estou a ver isso tudo junto a fazer mais de 30-40€ de diferença, mas também não ponho de parte a ideia). De qualquer forma, investir (depois de juntar o fundo para emergências) uns 35% dos lucros já não será mau de todo — melhor do que quase toda a gente “normal”, que espera trabalhar até à reforma, e cujas despesas, sabe-se lá como, escalam proporcionalmente ao que ganham — e eu não posso falar, foi o que também sempre fiz.

Como disse no post anterior, espero chegar a este estado daqui a 7 meses no máximo — ou seja, lá para Novembro, ou até antes. Depois uns 3 meses para acumular o fundo de emergências, e depois… 🙂

(E tudo isto é sem aumentar o dinheiro que entra, o que obviamente vou também tentar fazer.)

Situação actual, e planos gerais

Não sei de quem é a frase originalmente, mas para sabermos para onde vamos temos primeiro de saber onde estamos. Portanto, aqui vai. A 8 de Maio de 2018:

Dívidas (valores arredondados):

  • crédito de 29000€ (consolidação de outros no passado) por pagar (faltam pouco mais de 8 anos)
  • crédito de 2100€ por pagar (faltam pouco mais de 2 anos)

Soma das mensalidades: 600€

Total de créditos: 31100€
  • 3 cartões de crédito com 3500€ de dívidas no total
  • dívida restante de 666€ à família, do carro comprado o ano passado (a pagar nos próximos 2 meses)

Total de dívidas: 35000€

Não é o fim do mundo (comparado com quem esteja a pagar a casa, carros novos, etc.), mas mesmo assim não havia nenhuma necessidade disto… enfim, foram erros de quando era jovem e tolo, e cujas consequências têm de ser resolvidas.

Plano geral:

  1. pagar os cartões de crédito na íntegra (e o carro, que está quase), o que numa estimativa relativamente conservadora (isto é, sem esperar “perfeição” da minha parte, e ainda contando com um imprevisto ou dois) deve demorar uns 7 meses;
  2. juntar um fundo de emergências de pelo menos 1-2K;
  3. depois disso, usar a “folga” extra para juntar fundos (possivelmente guardados pelo menos parcialmente em index funds/ETFs, para evitar a desvalorização devida à inflação) para eventualmente pagar o resto dos créditos antecipadamente;
  4. tentar viver com (idealmente) 50% do que ganho por mês (incluindo dos sites e afins), investindo o resto;
  5. manter a frugalidade tanto quanto possível, o que é um hábito relativamente recente na minha vida (obrigado, MMM), sobretudo em questões de entretenimento, e tendo especial cuidado quando os cartões finalmente estiverem pagos e eu me sentir mais “folgado” do que nos últimos anos, o que pode originar novas tentações;
  6. tentar arranjar outras fontes de rendimento e/ou incrementar as existentes (novos projectos/sites? promoções no trabalho? mudança(s) de emprego? escrever um livro? algo completamente diferente? Vamos ver…), sem que isso signifique um aumento equivalente dos gastos (o que acontece com muita gente, que gasta tudo o que ganha — e depois vê-se “à rasca” — quer ganhe 10K ou 20K…);
  7. Profit!! Eventual independência financeira, quando os investimentos atingirem (conservadoramente acho eu — mas este valor pode ser revisto no futuro) uns 500K. Isto sem quaisquer dívidas, é claro.

Naturalmente, nenhum plano de batalha sobrevive ao contacto com o inimigo, pelo que terei de ser capaz de me adaptar a possíveis situações: filhos, doenças, imprevistos, etc.. Mas acredito que, em linhas gerais, será possível (e que mesmo um sucesso parcial será melhor do que não fazer nada).