A definição mais simples de independência financeira é “não se precisar mais de trabalhar“.
Elaborando um pouco: a ideia 1 é que os juros e/ou dividendos provenientes do que a pessoa tem acumulado, possivelmente com a ajuda de um ou mais rendimentos passivos, permitem que, desde que a pessoa mantenha os seus gastos abaixo de certo ponto, ela nunca mais necessite de ter um emprego convencional, com patrões, horários, prazos, etc., e se possa, para todos os efeitos, “reformar” — idealmente relativamente jovem 2, e sem depender de qualquer tipo de reforma vinda da Segurança Social. Melhor ainda: fazendo bem a coisa, a pessoa só gasta o que vem dos referidos dividendos/juros/rendimentos passivos, pelo que o dinheiro, para todos os efeitos, não desce.
Este é o ponto em que muita gente, se não estiver familiarizada com este conceito, nem com pessoas que já o conseguiram, tem reacções como: “Estás a sonhar!!!” “Vives noutro planeta!” “Neste país? Isso não é possível!” “Eu já mal ganho para as minhas despesas básicas…“, tudo isto como se o trabalho para outros até à reforma aos 66 (ou lá quando for) fosse tão inevitável e imutável como qualquer lei da física. Mas não tem de ser — e muitos já o demonstraram. Nem é sequer preciso tanto como podem pensar — podem ver algumas contas básicas em Afinal, quanto é que é preciso para a independência financeira?. Quanto a formas de chegar lá, elas passam em geral por poupar uma grande percentagem dos rendimentos — idealmente 50% ou mais –, o que se pode conseguir através de uma combinação de frugalidade e aumento dos rendimentos (incluindo alguns passivos, se possível).
A referida independência também não obriga a que nunca mais se faça trabalho remunerado 3. Além dos (idealmente existentes) rendimentos passivos, uma pessoa pode sempre fazer trabalhos/projectos para empresas, indivíduos, etc., ou até pode, se quiser, arranjar um emprego “convencional” — mas, não precisando realmente do dinheiro, esse emprego pode ser algo que a pessoa adore/queira mesmo fazer — por exemplo, de um sonho de infância, ou algo em que se acredita realmente —, sem precisar de ter a preocupação do “isto é bem pago? chega para pagar as contas“? Ou pode fazer algo em horário reduzido, ou em voluntariado, ou… As possibilidades são ilimitadas.