Claro que não. 🙂
Expandindo a coisa: ontem vi, desde que comecei a série Acumulação vs. Investimento, actualmente no seu 3º mês, o valor dos investimentos (em comparação com a acumulação, que serve de ponto de referência, a 100%) descer abaixo dos 100% (há uns 10 dias estava em cerca de 104%). Ou seja, por momentos tive menos dinheiro nos investimentos (mesmo contando com dividendos, mas retirando as tarifas do ETFmatic) do que tenho na conta (sem juros, intencionalmente) onde tenho a acumulação. (Digo “tive”, passado, porque entretanto já subiu um pouco, estando neste momento nos 100.57%.)
É este tipo de coisas que tende a assustar quem está a considerar investir na bolsa: a ideia de que o valor das acções compradas “está a baixar“, que “tinha sido melhor guardar o dinheiro“, que isto da bolsa “é como um jogo de azar“, e assim por diante. E, sim, admito que, para quem não se interesse e tenha lido um bocado sobre estas coisas há já algum tempo, isto pode ter um impacto psicológico não desprezável. Eu próprio, quando vi no widget do telemóvel certo valor a vermelho, em vez do habitual verde, tive como primeira reacção o medo — acho que ainda não tenho o “calo” necessário para não o ter.
Felizmente, tenho pelo menos o “calo” necessário para não fazer disparates 🙂 (tipo “pânico!! vou já vender tudo antes que desça mais!!“), e esse medo dura apenas uns segundos: de seguida vem o raciocínio. Tanto o raciocínio mais geral (é natural a bolsa descer e subir ao longo de curtos períodos de tempo, mas a longo prazo a tendência é sempre subir), como o mais específico relativamente a este caso particular (“porque é que a bolsa caiu? Ah, pois, foi o palhaço do Trump que ameaçou a China com mais tarifas outra vez — e desta vez o impacto na bolsa até foi muito menor do que da última vez, no ano passado. As pessoas começam a aprender…” ).
Anyway, o importante aqui é: manter o rumo. Investir não deve ser uma questão de se reagir aos mercados , mas sim uma questão de se ter uma filosofia de investimento (no meu caso, investir o que puder, todos os meses, num pequeno conjunto de ETFs de index funds ), segundo a qual, neste caso, os “soluços” da bolsa são não só normais, como algo a ignorar, em geral.