Hesitei um pouco em partilhar este artigo, já que pode parecer que é numa de nos sentirmos “superiores”, mas acho que mesmo assim pode ser útil e educativo. Além de que me faz lembrar uma pessoa da minha família, já falecida, que era, em muitos aspectos, assim (e que arruinou a vida de várias boas pessoas, incluindo os meus avós maternos). 🙁
O artigo em si consiste basicamente numa conversa (provavelmente meio ficcionalizada) entre um casal, Kate e Tom (nomes quase de certeza falsos), com 3 filhos, e que até ganham relativamente bem:
Kate: I’m Kate. I’m 46. I have a law degree. I don’t practice law though. When I got pregnant with our first, I took the highest-paying job I could find that still allowed me to stay home and be close to my kids when they were growing up. So I work for an insurance company, paying claims. I make about $70,000 a year. We live in the suburbs of a city in the northeast of the U.S. We have three kids: ages 11, 14, and 18.
Tom: My name is Tom. I have a graduate degree in advertising. I’m 48 and I’m an insurance claims manager. I earn about $90,000 a year doing that, but I also work a second job as a bartender a couple times a week catering in private homes. I make between $100 and $250 a night doing that.
Grandes valores, não é? (Se bem que estes ordenados anuais “à americana” são sempre valores brutos; provavelente há uns 40% de impostos em cima disso.) E no entanto, eles estão completamente (para todos os efeitos) falidos, com uns 10 cartões de crédito no limite, empréstimos estudantis completamente por pagar, duas hipotecas em cima da casa, e já pediram ajuda (de dezenas de milhares de dólares) aos pais… só para uns meses depois estarem na mesma situação. 🙁
Parte do problema deles vem de viverem num bairro de milionários — gente com vários Porsches na garagem –, e de o crédito nos EUA ser facílimo (eles continuam a ter ofertas de créditos e cartões de crédito, apesar de claramente não terem qualquer capacidade para o pagar!), o que acaba por fazer com que eles achem que o nível de riqueza dos vizinhos é “médio” e “normal”.
Mas, por outro lado, há ali uma atitude que… bem, não queria dizer “mete nojo”, mas parece que são completamente incapazes de aprender com os próprios erros, não admitem a responsabilidade que têm, vêem-se a si próprios como “vítimas”, e, apesar de todo o stress (eles até semi-brincam que a única forma de “resolver” o problema é um deles morrer e o outro receber o seguro de vida…), não têm qualquer tipo de plano ou intenção de mudar de atitudes (continuam a ter os filhos em escolas privadas, a ir comer fora a sítios caros, a pedir adiamentos “de emergência” dos pagamentos de dívidas, e nem falam em vender a casa e ir para um sítio mais em conta — parece que acham que isso seria admitir que “fracassaram”, como se não o estivessem já a fazer todos os dias)… em resumo, não há vontade real de melhorar as coisas. É mesmo um consumismo — e imaturidade — extremos, e eu nem acreditaria que existe realmente gente assim, se não tivesse tido um exemplo na própria família. 🙁
Enfim… acho que exemplos do que não fazer podem (também) ser úteis. 🙂
Que história!
Este tipo de depoimentos, ou de acontecimentos só nos ajudam mesmo a esclarecer onde NÃO chegar.
Reconhecer que se está numa fase menos boa, e procurar alternativas não deve ser motivo de vergonha. Mas a verdade é que para muitos é. 🙁