“Low-hanging fruit” (pode-se traduzir — não literalmente, mas a ideia é essa — por “fruta baixa na árvore”) é o termo usado (em N contextos, mas mais frequentemente usado ao discutir-se determinado projecto numa empresa) para as tarefas/passos que mais facilmente produzem resultados desejáveis, e, por isso, pelas quais em geral faz todo o sentido começar.
A origem do termo é a ideia de uma árvore carregada de fruta: na parte inferior da árvore a fruta é fácil de apanhar (bastando esticar o braço), mas eventualmente essa acaba, e para obter o resto da fruta já é preciso usar outros métodos (subir à árvore, etc.). E, eventualmente, estando a árvore quase esgotada, é possível chegar-se a um ponto em que só resta uma ou outra peça de fruta, minúscula, e quase inacessível, e que pode não valer o esforço de a tentar alcançar (ver “diminishing returns”, quando escrever esse post 🙂 ).
Em termos mais genéricos, ao tentar atingir-se um objectivo, em geral há coisas fáceis e óbvias, e que produzem resultados positivos imediatos, fazendo então sentido começar pelas mesmas, já que dessa forma se consegue a melhor relação ganhos/esforço.
Este conceito pode-se aplicar em diversos contextos na vida. Por exemplo, ao começar-se a poupar, sobretudo se a pessoa tiver sido relativamente consumista no passado, de certeza que há várias coisas nas quais que a pessoa gastava imenso dinheiro sem tirar grande proveito delas, ou para as quais existem alternativas a uma fracção do custo. 1. E faz, naturalmente, todo o sentido começar por olhar para essas despesas maiores e mais facilmente reduzíveis, em vez de as deixar ficar e em vez disso andar a tentar poupar “tostões” de formas que impliquem esforço e/ou sacrifício.
Da mesma forma (e mais sobre isto nos “diminishing returns”), eventualmente chega-se a um ponto em que a fruta que resta nas partes mais inacessíveis da árvore já não compensa o esforço necessário para a apanhar, sobretudo se existirem outras árvores por perto. Em termos financeiros, trabalhar mais horas para ganhar/poupar cêntimos provavelmente não será a melhor forma de investir o nosso tempo — fará talvez mais sentido olhar para outras áreas da vida ainda por “explorar”, ou em alternativa tentar incrementar os rendimentos de alguma forma (projectos, promoções, biscates, etc.).
Isto tudo para dizer: em termos de poupanças (e não só), faz sentido atacar primeiro onde se pode fazer mais “estragos” — não vale a pena tentar poupar cêntimos aqui enquanto se está a desperdiçar dezenas ou centenas de euros ali. E pode-se aplicar o mesmo a (aumento de) rendimentos.