Como já devem ter reparado, tem havido alguma falta de posts aqui, e há, infelizmente, uma boa razão para isso: sobrecarga no trabalho. Estou envolvido em N coisas ao mesmo tempo, todas “urgentes”, todas “para ontem”, todas “importantíssimas”, e todas assignadas a mim — quem me mandou conseguir uma reputação de fazer as coisas depressa e bem? 😐 Não só não tenho tempo nenhum livre, como, sobretudo, ando mesmo sem cabeça para nada, seja ler ou escrever. E o stress também não anda fácil de gerir; estou a pensar experimentar meditação (coisa em relação à qual já tenho curiosidade há anos, mas tenho uma cabeça que funciona “a mil à hora” e para a qual 5 minutos parecem uma eternidade…), além de também ter de rever certas coisas, tanto atitudes minhas (como a minha dificuldade em dizer “não”, que me leva a aceitar/tentar carregar mais “peso” do que o que é possível por períodos mais prolongados) como o facto de chefes e colegas se estarem a apoiar demasiado em mim.
Anyway; como disse, já tenho planos para lidar com isso, tanto em termos de não me deixar afectar tanto e reduzir o stress, como de começar a dizer “não” e a “disciplinar” chefes e colegas.
E isto tudo só me faz sonhar mais com a independência financeira… mas ainda está longe. 🙁 Nem estou perto, para já, de ter o chamado “dinheiro vai-te F…“: se tivesse dinheiro para ficar uns 6 meses sem ordenado, incluindo não só as despesas básicas como também as prestações dos créditos, poderia tentar arranjar forma de descansar durante uns tempos… mas espero ter alguma coisa desse género lá para o fim do ano, ou início do próximo. Depois logo se vê.
Enfim. Desculpem o desabafo.
De resto, “cenas dos próximos episódios”: ando a ler o livro “The Magic of Thinking Big“, do David Schwartz (já há semanas — não tenho tido, mesmo, nem tempo nem cabeça, como já disse acima), e ao mesmo tempo, em audiobook, (sobretudo a conduzir, ou às vezes a fazer outras coisas em casa que não precisam da atenção toda) o “Love Your Life, Not Theirs“, da Rachel Cruze (filha do Dave Ramsey, por acaso), do qual estou a gostar — é mais introdutório do que outros, e o público alvo (“millennials”) é um pouco mais jovem do que eu, mas está a ser uma leitura (ou audição, neste caso) agradável. Até agora (e o título sugere mesmo isso) trata sobretudo de deixarmos de nos comparar a outros, o que faz com que se compre coisas (muitas vezes a crédito) por competição, mas também trata de gestão do dinheiro, “budgets”, etc.. Ainda não cheguei a meio, no entanto. Infelizmente, em audiobook não é tão fácil “sublinhar” partes para depois traduzir e citar aqui no blog…
Sem ser isso, tenho mais uns posts em mente (“Keeping up with the Joneses” — ainda tenho de descobrir (ou inventar) uma expressão equivalente em português –; possivelmente a reforma cedo e como a mesma pode funcionar (tanto para mim como de forma mais geral); como a minha vida podia ser diferente se tivesse começado a poupar e investir, mesmo que muito pouco, quando comecei a trabalhar, etc.), além de que penso eventualmente fazer mais experiências (Raize, Housers, etc.) e publicá-las aqui, mas, como disse, não sei quando é que vou ter tempo e cabeça para os escrever. Talvez para a semana…
Olá OvelhaOstra,
Sobre a meditação só posso dizer, “vai”. Compreendo perfeitamente essa da “cabeça a mim, e 5 minutos serem uma eternidade”, sou assim também, mas iniciei em março e vou continuar. O meu pensamento era “vou chegar, não achar jeito nenhum ainda me vou rir pelo meio e pronto não volto mais”. Não podia estar mais enganada. O ambiente da sala cria logo uma sensação de “esquecer a responsabilidade” a mim, logo na primeira seção ajudou. Experimenta 😉
Quanto ao livro /áudio “Love Your Life, Not Theirs“, parece interessante pela já, breve introdução que fizeste, se bem que enquadrando-me na era dos “millennials”, não me fascina absolutamente nada do que o “outro” tem e seria impensável o credito para o obter.
Sobre a Housers ainda li pouco 🙂
Boa continuação
Olá. Obrigado pelo comentário e apoio. 🙂 Em relação à meditação, para já, estava a pensar fazer sozinho, em casa ou indo ao carro uns minutos durante o dia de trabalho (há várias apps para isso, vídeos no YouTube, etc.), não só por ser mais introvertido e gostar de fazer as coisas ao meu ritmo/sem horários, como por ao pé de mim não haver assim nada (se bem que a minha empresa até tem umas sessões, uma vez por semana, à hora do almoço; talvez um dia experimente.)
Isso da competição, inveja, impressionar os outros, etc., resumindo muito o que ela diz no livro, tem mais a ver com a cultura americana, acho que cá não há tanto; ela menciona o exemplo clássico do tempo dos pais, em que o vizinho (na vivenda ao lado; todos têm vivendas, claro) aparece um dia com um BMW ou Mercedes novo, e imediatamente a pessoa sente-se “emasculada” 🙂 por ter na garagem (e claro que todos têm garagens, também) um carro mais barato/velho/pequeno, e será muito difícil não ir fazer um crédito no dia seguinte, para comprar um carro tão bom ou melhor que o do vizinho. A autora admite que esta imagem é um bocado antiquada, mas hoje em dia, com Facebooks e Instagrams, a competição é muito mais imediata e global, sobretudo quando amigos, familiares e até completos estranhos fazem posts (com fotos lindíssimas) sobre férias paradisíacas, carros novos, iPads topo de gama, etc., muitas vezes com hashtags como #Feliz, #Abençoado/a ou #EuMereço 🙂
Enfim, uma que ela também diz (se bem que acho que deve vir de antes dela) é: não tentes acompanhar os Joneses: os Joneses estão falidos (porque se endividaram e continuam a endividar para manter a imagem). 🙂
Boa tarde,
Na meditação existe esse factor positivo, o poder-se iniciar sozinho.
Eu também costumo acompanhar pelo youtube. No entanto, a meditação guiada (em grupo ou só com o “professor”) facilita, a meu ver claro, porque existe logo um ambiente muito relaxante.
Cultura americana e não só, eu pessoalmente, e acredito que tu também, tenho n pessoas à minha volta que compram o telefone x porque A ou B já o têm. Trocam/Compram um novo modelo de carro porque A ou B compraram o modelo y. Isso existe, tanto na América como cá, é preciso é ter cabeça para a definição de importância nestes casos.
O meu telemóvel pessoal é de 2014 (e já não era modelo do ano) o do trabalho é muito superior… tenho familiares e amigos que perguntam porque não invisto num melhor (o pessoal).
Razões tenho várias:
– Cada vez menos gosto de o usar, seja para redes sociais seja para mensagens/chamadas. (os dias já são tão cheios que a minha vontade é zero p/ lhe pegar ao final do dia)
– Comprar um novo, implica gastos, e pior, gastos desnecessários.
– A entidade patronal poem-me à vontade para usar o do trabalho em âmbito pessoal.
Boa continuação 🙂
Bom dia OvelhaOstra,
Desculpa a intromissão novamente nesta publicação, mas creio que serás das poucas pessoas com as quais poderei discutir este tema no mundo digital.
Já conheces a Twino? Plataforma Europeia, muito semelhantes à nossa RAIZE, de empréstimos a particulares? Conseguem apresentar uma rentabilidade bem superior à RAIZE e claro está a qq poupança, Certificados nacionais. Funciona de modo muito idêntico à raize, processamento de empréstimos, pagamentos mensais…
Mas há ali qualquer coisa que me faz pensar bem nisto. Porque a Twino assegura o pagamento do empréstimo e da sua rentabilidade mesmo que o “particular” a quem emprestamos o nosso dinheiro falhe. Quando a esmola é grande… O santo desconfia não é?. Referem que compram/adquirem o direito da divida mas e fazem-no numa totalidade? Não é esclarecido, pode ser um retorno de x% sobre o nosso investimento de modo a não perdermos a totalidade…
Se já tiveres lido alguma coisa partilha 🙂 para já, em relação a este vou-me deixar estar quieta 😀
Olá! Obrigado mais uma vez pelo comentário, e pela confiança. 🙂
Confesso, para já, que ainda sou muito novato em relação a todas estas plataformas de investimento, por isso estás de certeza à minha frente — a Raize, por exemplo, descobri através do teu blog. 🙂 Comecei há uma semana e tal a tentar ler mais sobre isso, mas entretanto não só houve o acréscimo de trabalho (mencionado neste post), como também ando meio doente — constipação; nada do outro mundo, mas a minha cabeça é como se ficasse “lenta” quando tenho febre, mesmo sem ser muito alta. Ainda tenho trabalhado remotamente (vantagens do meu trabalho — aliás, se não fossem outros já terem abusado no passado, tipo dizerem que estão a “trabalhar remotamente” mas não estarem a fazer nada, provavelmente até o poderia fazer ocasionalmente, sem estar doente, o que não só permitiria poupar dinheiro como ajudaria a diminuir o stress…), mas estar a investigar um assunto mais a sério é-me mais difícil, acredites ou não… enfim, mais uns dias.
Da Twino não sei mesmo nada, para já, mas espero resolver isso quando a febre passar. 🙂 De qualquer forma, uma boa sugestão para começar costuma ser ver os comentários de quem já usa — na página deles do Facebook, se tiverem, ou em fóruns, Reddit, etc.. Nada disto é garantido (há esquemas de pirâmide em que as pessoas dizem sinceramente maravilhas do mesmo na véspera de aquilo acabar e os donos fugirem com o dinheiro…), mas costuma ser um bom princípio. Anyway, a ver se ainda esta semana consigo olhar melhor para essa plataforma (e não só).
Bom dia 🙂
Bolas, desejo as melhoras rápidas então e que se ponha “fino” rapidamente.
Se existe a possibilidade de poder trabalhar remotamente é mesmo a aproveitar, mesmo que por erros de outros essa opção se encontre “desativada”. Quando regressar a 100% aproveite para colocar essa hipótese, mesmo doente, tem trabalhado, então a empresa, com isso em consideração, pode testar a confiança. Certo? tentar não custa 🙂
Quanto à plataforma, sim li bastante, aliás antes de lançar as coisas a publico leio muito a respeito. Não me parece algo que vá realmente apostar, são os mesmos riscos que a raize é certo, mas a raize é linear, dizem expressamente que em caso de ausência de pagamentos por parte da empresa perdemos os valores em falta. Na Twino tentam dar a volta ao texto com a compra de direitos de divida, cheira a problemas :S Questionei porque poderias andar de olho nisto.
Obrigada 🙂 e reforço, rápidas melhoras.
Acabei há uns dias o audiobook da Rachel Cruze. Em geral gostei; não penso para já fazer um post dedicado (a não ser que eventualmente compre o livro em texto, para poder tirar anotações facilmente). Algumas impressões breves:
– como já tinha dito, o livro é mais para “novatos” nestas coisas, e dedica-se mais a “millennials”. Não aborda questões como investimentos, rendimentos passivos, etc., e grande parte do foco é em acabar com dívidas (tal como o pai dela), fazer orçamentos mensais, etc..
– uma coisa que não vi noutro livro semelhante até agora: ela avisa para nunca se emprestar dinheiro a ninguém, incluindo familiares próximos. Se é alguém com quem nos importamos e que queremos ajudar, e temos meios para isso, devemos, diz ela, simplesmente dar o dinheiro, sem que a pessoa nos fique a dever alguma coisa. Segundo ela, emprestar dinheiro só causa problemas nas relações com as pessoas, já que cria uma relação de desigualdade, além de nos fazer inevitavelmente começar a olhar para os gastos da outra pessoa (“então emprestei-lhe dinheiro para necessidades, ou para luxos, afinal?“), e se é uma relação que queremos manter, devemos evitá-lo a todo o custo.
– ela também é completamente oposta a cartões de crédito, mesmo que pagos a 100% todos os meses. Acho que ela considera a capacidade de se comprar algo e não se pagar totalmente já uma “tentação” à qual é impossível resistir toda a vida.
– outra diferença — e isto vem mais da religião dela (algum tipo de protestantismo americano, suponho) –, ela é totalmente contra contas individuais depois do casamento (que para ela é, naturalmente, algo para toda a vida, nem se questiona isso), imagino que por algum conceito religioso como “dois tornarem-se um”. Para ela, duas pessoas casam-se, abrem uma conta em conjunto, e fecham as individuais, ponto final. Ela até introduz o conceito de “infidelidade financeira” (gastar dinheiro sem o conhecimento da outra pessoa), o que me parece, se calhar, ir um bocado longe demais… gosto da ideia de se ter uma conta em conjunto, mas também acho que se deve poder ter algo pessoal e só nosso.
– tem também um capítulo inteiro sobre caridade, doações, etc..